Cotidiano

Artesã transforma sementes e cipós em ‘joias da floresta’

O que normalmente se perde e fica inutilizado no meio da mata, nas mãos da artesã Denise Pereira, de 40 anos, se transforma em belas joias da floresta. A autônoma cata sementes e cipós à beira do Rio Branco e os transforma em enfeites artesanais. Ela faz pulseiras, cordões, brincos, quadros e outros apetrechos utilizando apenas o que colhe na floresta.

Denise contou que, aos fins de semana, ela e o marido, Robson Francisco Torreia, de 57 anos, vão para o interior do Estado descansar e passear, mas aproveitam também para catar sementes e fibras na floresta, que é uma infinita fonte de matéria-prima para o seu trabalho.

“A gente então colhe sementes, cipós, madeiras e depois eu faço as peças e as vendo aqui. O que ganho dá para sobreviver”, ressaltou a artesã, que tem uma loja no Centro de Artesanato Velia Coutinho, na Avenida Capitão Ene Garcez, no complexo Ayrton Senna, no Centro.

A floresta oferta a Denise caroços de tucumã, inajá, açaí, madeiras, cipós e fibras. O material orgânico ganha uma nova utilidade e vira uma “joia da floresta”. A artesã faz pulseiras, brincos, ímãs de geladeira, quadros e até mandalas. Os preços variam de acordo com o tamanho e complexidade do trabalho.

Denise veio do Maranhão e trabalha em Roraima com artesanato há 17 anos. Ela garante que vai continuar. “Ainda mais agora, que melhorou o movimento. As vendas estão boas porque os turistas chegam neste período de alta temporada, que vai até o final de fevereiro”, observou.

A empreendedora vende uma média de 50 peças por mês. Em tempo de baixa temporada, ela disse que faz promoções para driblar a crise. “Vendo três peças promocionais por R$ 10,00. A loja ainda oferece bombons produzidos também de forma artesanal, com sabores de frutas regionais, como o cupuaçu.

O colar custa R$ 15,00 e a pulseira, R$ 5,00. Uma zarabatana, que é uma arma indígena que lança dardo com sopro, sai a R$ 35,00. A mandala feita de caranã (talos da folha de palmeira) custa R$ 250,00 e a caneca, R$ 30,00. A loja ainda dispõe de outras peças artesanais. “Gosto do que faço e minha produção é toda artesanal. Tiro meu sustento da floresta”, frisou Denise. (AJ)